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Domingo, 22 de dezembro de 2024

Cientistas implantam 1º coração totalmente artificial feito de titânio em paciente humano

Aparelho é utilizado para bombear sangue de pacientes com insuficiência cardíaca que aguardam um transplante

27 de jul 2024 - 09h:25 Créditos: O Globo
Crédito: Cientistas implantam 1º coração totalmente artificial feito de titânio em paciente humano. — Foto: Divulgação / BiVACOR

O Instituto do Coração do Texas (THI) e a empresa de aparelhos médicos BiVACOR implantaram pela primeira vez um coração totalmente artificial feito de titânio em um paciente humano como parte dos estudos clínicos com o dispositivo, nos Estados Unidos. Chamado de Coração Artificial Total (TAH), o implante é uma bomba de sangue que substitui os dois ventrículos de um órgão com insuficiência cardíaca.

O objetivo é avaliar a segurança e o desempenho do TAH, que foi desenvolvido pela BiVACOR, como uma solução temporária para pacientes que aguardam um transplante de coração, e cujas opções atuais de dispositivos para controlar o problema enquanto isso não podem ser utilizadas.

A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica que leva o coração a perder ou a diminuir a capacidade de bombear sangue adequadamente. Geralmente, ela decorre de outros problemas de saúde que afetam o desempenho do órgão. O diagnóstico foi a causa, por exemplo, do transplante realizado pelo apresentador Faustão em 2023.

Após os resultados positivos do implante inédito, outros quatro pacientes foram incluídos nos testes. “Com a insuficiência cardíaca permanecendo como uma das principais causas de mortalidade em todo o mundo, o TAH da BiVACOR oferece um farol de esperança para inúmeros pacientes que aguardam um transplante de coração”, afirma Joseph Rogers, presidente do instituto no Texas e pesquisador principal do estudo, em comunicado.

Cientistas implantam 1º coração totalmente artificial feito de titânio em paciente humano. — Foto: Divulgação / BiVACOR
Cientistas implantam 1º coração totalmente artificial feito de titânio em paciente humano. — Foto: Divulgação / BiVACOR

A alternativa é importante especialmente devido à alta prevalência da doença. Algumas estimativas apontam para cerca de 26 milhões pessoas vivendo com insuficiência cardíaca no mundo, enquanto outras sugerem que o quadro acomete até 2% da população mundial, o que seria mais de 150 milhões.

Neste contexto, os pesquisadores afirmam que os transplantes são reservados para casos graves, e que menos de seis mil procedimentos ocorrem a cada ano pelo mundo. Com isso, os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) avaliam, por exemplo, que até 100 mil americanos podem se beneficiar de suportes mecânicos como o novo coração artificial.

“Estou incrivelmente orgulhoso de testemunhar o sucesso do primeiro implante em humanos do nosso TAH. Essa conquista não teria sido possível sem a coragem de nosso primeiro paciente e sua família, a dedicação de nossa equipe e nossos colaboradores especializados do Instituto do Coração do Texas”, celebra Daniel Timms, fundador e diretor de tecnologia da BiVACOR.

Para bombear o sangue, o implante utiliza tecnologia de levitação magnética, o mesmo princípio usado em alguns trens de alta velocidade. Ele é uma peça única que possui um rotor dentro, que é um item giratório, que fica suspenso pelo campo magnético.

Cientistas implantam 1º coração totalmente artificial feito de titânio em paciente humano. — Foto: Divulgação / BiVACOR
Cientistas implantam 1º coração totalmente artificial feito de titânio em paciente humano. — Foto: Divulgação / BiVACOR

Com isso, ele gira rapidamente, criando o fluxo de sangue que imita os batimentos naturais do coração em direção aos pulmões e o resto do corpo. A suspensão magnética evita um desgaste mecânico do item, o que, segundo os criadores, torna o TAH uma opção durável, confiável e compatível com o corpo humano.

“Utilizando a avançada tecnologia MAGLEV, nosso TAH nos deixa um passo mais perto de oferecer uma opção extremamente necessária para pessoas com insuficiência cardíaca em estágio terminal que precisam de suporte enquanto aguardam um transplante de coração. Estou ansioso para continuar a próxima fase de nosso estudo clínico”, continua Timms.

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