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Segunda, 02 de dezembro de 2024

Protesto por falta de água em aldeias de MS acaba em confronto com a Polícia Militar

A reserva urbana indígena é a maior do Brasil, composta pelas aldeias Bororó e Jaguapiru e possuem 13.476 indígenas, o equivale a aproximadamente 10% dos indígenas que vivem em Mato Grosso do Sul, das etnias GuaranÍ, Kaiowá e Terena.

27 de nov 2024 - 14h:30 Créditos: G1
Crédito: Confronto entre indígenas e policiais militares. — Foto: Reprodução

O terceiro dia de bloqueio na rodovia MS-156, no município de Dourados, por indígenas que protestam contra a falta de água nas aldeias Jaguapiru e Bororó, foi encerrado por agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar na manhã desta quarta-feira (27), que dispararam tiros de borracha e bombas de gás. Veja o vídeo acima. 

As duas aldeias compõem a maior reserva indígena em área urbana do país, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Juntas, as aldeias Bororó e Jaguapiru possuem 13.476 indígenas das etnias Guarani, Kaiowá e Terena, o equivale a aproximadamente 10% dos indígenas que vivem em Mato Grosso do Sul.

Vídeos registrados por moradores das aldeias mostram os policiais se aproximando da reserva, enquanto os indígenas tentam se proteger e argumentar sobre reivindicação. De acordo com os moradores, as aldeias enfrentam uma grave falta de água potável, há semanas.

A prefeitura de Dourados relatou que um termo foi assinado no dia (22) deste mês pela Prefeitura e DSEI-MS para a construção de poços nas aldeias.

Em nota, a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), esclareceu que mantém um contrato para a distribuição de mais de 70 mil litros de água potável por semana via caminhões-pipa e articula com a Prefeitura de Itaporã o fornecimento de 100 mil litros de água por dia, sendo 50 mil destinados a Jaguapiru e 50 mil a Bororó. Leia a nota da Secretaria de Saúde Indígena na íntegra no final da reportagem.

O bloqueio do trecho da rodovia começou na última segunda-feira (25), o que gerou um grande congestionamento.

Questionada do porquê a ação policial foi realizada na reserva indígena e não somente no ponto de bloqueio da rodovia, o governo do estado esclareceu que a ação visa garantir o direito de ir vir. Leia, abaixo, na íntegra:

A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, esgotadas todas as vias de negociação, e para garantir os direitos constitucionais, agiu na manhã desta quarta-feira (27) para desobstruir as rodovias estaduais que estavam bloqueadas. Com apoio do Corpo de Bombeiros Militar e de equipes da Agesul, removeram entulhos e apagaram focos de incêndios nas pistas. As forças de segurança manterão efetivo para garantir paz em todo território sul-mato-grossense. O governo estadual reforça seu compromisso com a transparência, refutando iniciativas politico-eleitoreiras, e age em prol de um caminho de justiça e respeito. Em tempo, o governo de MS, por meio da SEC, se manteve em contínuo diálogo com todos os envolvidos em busca, sempre, de uma solução pacífica, e lamenta episódios de agressões e enfrentamentos.


O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Mato Grosso do Sul, mantém um contrato para a distribuição de mais de 70 mil litros de água potável por semana via caminhões-pipa e articula com a Prefeitura de Itaporã o fornecimento de 100 mil litros de água por dia, sendo 50 mil destinados a Jaguapiru e 50 mil a Bororó. Além disso, estão em andamento a perfuração de dois novos poços, um em cada aldeia, em parceria com a Prefeitura Municipal de Dourados e a Secretaria de Estado e Cidadania, com previsão de conclusão em até 40 dias.

A Sesai também negocia uma solução conjunta com a Secretaria de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades, com o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e a Sanesul. A proposta inclui a extensão da rede de abastecimento que atende a região urbana de Dourados e a formalização de convênios para operação e manutenção do sistema, visando soluções estruturais e de longo prazo.

Embora as comunidades já contem com 14 sistemas simplificados de abastecimento de água, esses não atendem plenamente à demanda local devido a altos índices de desperdício e uso inadequado da água tratada. As ações emergenciais realizadas têm o objetivo de minimizar os impactos imediatos enquanto soluções definitivas estão sendo implementadas.

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