
Um aluno de 11 anos foi agredido por colegas de turma, em uma escola de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. As agressões viraram caso de polícia porque, segundo a criança, teriam sido incentivadas pela própria professora.
O menino conta que a ideia partiu da profissional: quem não lembrasse de um meme - um tipo de mensagem da internet - levaria uma "moca", uma espécie de cascudo. "Ela falou que, quem não soubesse o meme, ia tomar mocão. Aí, chegou a minha vez, eu não sabia o meme, e tomei mocão", ele conta. "Foi na agressão mesmo. Uns deram cascudo e outros deram soco na minha cabeça".
Um exame de corpo de delito constatou as lesões na criança, provocadas pelos alunos. De acordo com o menino, a professora não fez nada para impedir.
Cláudio Luiz, que é pai da vítima, diz estar revoltado com a situação. "Ela ficou rindo. A cada criança que tomava sessão de mocão, ficava rindo. Meu filho não dorme. Meu filho está há três dias sem dormir direito. Meu filho não tem nem posição para botar a cabeça no travesseiro para dormir", relata o pai.
O filho dele não foi o único. Uma aluna, da mesma turna, afirma ter sido agredida até por outros alunos. "Os meninos estavam passando de cadeira por cadeira, subindo nas cadeiras, nas mesas. E ela só ficou olhando, não falou nada".
A mãe da aluna questiona a postura da profissional. "A gente vê aí a quantidade de feminicídios que tem no Brasil, e você deixar meninos já baterem em meninas na escola... é um absurdo isso", diz a mãe.
A Secretaria de Educação de São João de Meriti informou que a professora trabalhava há um mês na escola, e teve o contrato rescindido depois do episódio. O órgão afirma ainda que uma sindicância foi instaurada para apurar os fatos.
A professora não teve a identidade revelada, e a Polícia Civil investiga o caso como lesão corporal.