Em julho, a arara-canindé, ave símbolo de Campo Grande, inicia seu período reprodutivo em cavidades de palmeiras mortas espalhadas pela área urbana. E neste ano, a temporada de novos filhotes pode ser diferente para quem deseja contribuir de forma mais efetiva com a causa ambiental.
Nesta terça-feira (28/07), o Instituto Arara Azul lança a campanha "Adote um Filhote", que possibilitará a adoção simbólica de um filhote de arara-Canindé em ninhos monitorados pelo instituto. A iniciativa tem o objetivo de apoiar a continuidade dos trabalhos do Projeto Aves Urbana-Araras na Cidade, que desde 2012 estuda a biologia e as relações ecológicas da arara-canindé com o desenvolvimento da Capital, auxiliando na conservação da biodiversidade.
De julho a janeiro, a equipe técnica do Instituto Arara Azul realiza monitoramentos semanais dos ninhos. São 249 ninhos em área urbana de Campo Grande cadastrados até o final do período reprodutivo de 2019, dos quais 194 foram monitorados pelos biólogos. No último ciclo foram contabilizados 300 ovos, dos quais 130 filhotes sobreviveram. Eles são pesados, medidos e fotografados e, antes de voarem, são anilhados, nanochipados (implantação de código com número de série, menor que um grão de arroz) e têm material biológico coletado para exames sanitários e análise de DNA.
A presidente do Instituto Arara Azul e professora do Programa de Pós-graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Uniderp, bióloga dra. Neiva Guedes, explica que o trabalho da equipe técnica tem crescido com o aumento de ninhos cadastrados. Além disso, ao longo dos anos, outras espécies estão ocupando os ninhos das araras-canindé, como maracanã-de-cara-amarela, periquitos, tucanos, corujas e araras híbridas (cruzamento de arara-canindé com arara-vermelha), todas sendo monitoradas. "Tem sido um desafio considerando que o subsídio para a execução do projeto depende do apoio de pessoas e empresas. Por isso, criamos a campanha para auxiliar no apoio e continuidade do Projeto Aves Urbanas-Araras na Cidade", contextualiza.
Ao se tornar um padrinho ou madrinha, o beneficiário poderá batizar o filhote com um nome de sua preferência e acompanhar o seu desenvolvimento, por meio de informações do projeto de pesquisa. A adoção terá vigência de um ano, período em que o filhote estará pronto para voar na natureza. "Inicialmente, os padrinhos ou madrinhas passarão por uma breve capacitação e receberão um certificado de adoção do Instituto Arara Azul, com o número do ninho e o nome do afilhado, além de uma foto da ave no ninho, registrada pela equipe. Também poderão visitar o filhote adotado e conhecer de perto o trabalho de campo realizado pelos biólogos do instituto. Ao final, o padrinho ainda receberá um relatório com os monitoramentos realizados, sucessos alcançados e entre outras informações do filhote", explica a diretora executiva do Instituto Arara Azul, Eliza Mense.
Para participar apadrinhando um filhote, o interessado deverá realizar uma doação financeira à organização. Mais detalhes sobre as políticas da campanha, basta entrar em contato com o Instituto Arara Azul, pelo telefone (67) 3222-1205 ou contato@institutoararaazul.org.br. O centro de sustentabilidade do Instituto Arara Azul está situado na R. Klaus Sthurk, 106 - Jardim Mansur, em Campo Grande.
Sobre o Instituto Arara Azul
O Instituto Arara Azul é uma organização não governamental criada em 2003 para acolher juridicamente o Projeto Arara Azul, que estuda a biologia e manejo com a Arara Azul na natureza desde 1990. Idealizado pela bióloga e pesquisadora doutora Neiva Guedes, o projeto se destaca por ter como um dos principais resultados, a saída da espécie da Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do Brasil, no final de 2014, fato que trouxe reconhecimento internacional ao Instituto. Para conhecer todos os projetos desenvolvidos pela organização acesse: www.institutoararaazul.org.br.