
As forças de segurança do Estado do Espiríto Santo realizaram uma coletiva de imprensa conjunta para falar sobre o caso do atirador de Aracruz, que deixou ao menos quatro mortos e outros 11 feridos após atacar duas escolas da cidade. Segundo as autoridades, o atirador, um jovem de 16 anos de idade, teria realizado o crime após planejar a ação e se preparar com armas do pai por dois anos. Em depoimento, ele alega ter sido motivado por bullying que teria sofrido na sua vida estudantil. O delegado responsável pela investigação do caso, André Jareta, contou que o jovem tentou evitar ser reconhecido como o responsável pela ação, principalmente por seus pais. Após o crime, o jovem retornou para sua casa, colocou as armas e outros objetos do pai nos devidos lugares, para evitar que percebessem que foram sido utilizados, e “fingiu naturalidade”. O adolescente chegou a almoçar normalmente com sua família e, em seguida, ir para uma casa de praia, no bairro do Mar Azul, onde os agentes realizaram a sua apreensão, com apoio de identificação de imagens de câmeras de segurança, em ação da PRF e da Polícia Civil. O vem de 16 anos disse não ter escolhido suas vítimas, mas atirado aleatoriamente.
Segundo André Jareta, ao decidir por o plano em ação, o jovem planejou pegar duas armas que o pai possuía dentro de casa. Sempre que os pais não estavam por perto, o adolescente manuseava os equipamentos para aprender a utilizá-los. Os treinos foram realizados durante dois anos. No dia do atentado, os pais saíram de casa em um dos carros da família cerca de uma hora antes do crime e em direção ao centro da cidade, onde foram fazer compras. Sabendo que o compromisso demandaria tempo, o adolescente se aproveitou para pegar as armas, um segundo carro, que escondeu a placa com papéis, e se dirigiu às escolas. Após o crime ele voltou para casa, devolveu todos os objetos utilizados na ação, para tentar evitar desconfianças dos pais. “Então, ele ficou no interior da casa como se nada tivesse acontecido. Os pais chegam e ele reagiu normalmente. Os pais provavelmente já sabiam do que tinha ocorrido. Comentaram com ele, mas o adolescente se fez de desentendido. Como uma rotina comum da família, passado algum tempo, eles almoçaram e foram para a outra casa, em Mar Azul, que foi onde a Polícia Militar realizou a apreensão do adolescente”, informou Jareta. “Ele confessou mesmo na frente dos pais”.