Uma família circense teve o alojamento invadido por uma quadrilha, foi assaltada e brutalmente violentada na última sexta-feira (22) no município de Central do Maranhão. Uma das vítimas, a bailarina Camila Trindade, chegou a ser arrastada pelos cabelos na frente da filha pequena e sofreu abuso sexual. O caso deve ser investigado pela Polícia Civil.
Em uma rede social, Camila relatou que a mãe e sua filha, de apenas um ano, tinham acabado de chegar de uma viagem e estavam na porta do alojamento do Circus Eneide quando foram surpreendidas pelos criminosos. A quadrilha obrigou que elas se deitassem no chão e ainda apontou uma arma de fogo para cabeça da bailarina.
“Meu marido conseguiu fugir, ele tava mais distante, ele conseguiu correr, ma ainda atiraram contra ele, mas não acertou, o tiro foi dentro do circo. Meu avô estava lá, escutou o tiro e saiu […] o bandido colocou ele no chão e apontou uma arma para cabeça dele […] eles chegaram pedindo dinheiro, e eu disse que ia pegar o dinheiro e saíram me arrastando pelo cabelo, o outro segurando meu braço, e me trouxe para dentro com minha filha”, explicou a bailarina.
“ESTOU TENTANDO SER FORTE”
No alojamento, Camila narrou que deu todo dinheiro que lhe restava e, durante toda a busca no local, ela pedia para que os assaltantes não mexesse com a filha. A jovem ainda contou as agressões sofridas pelo avô: “Eles já estavam indo embora, mas não conseguiram abrir o portão, e voltaram e começaram arrodear, deram chute no meu avô”.
“Quando saíram, o que estava aqui comigo, foi o que mexeu comigo, eu pedi para ele não fazer nada […] ele pediu para eu virar de costa e deu um tiro. Deus fez ele errar, ele apontou a arma para minha cabeça e atirou. Eu no momento só pensava na minha filha, e dai ele fez o que fez, eu me senti muito suja, ele saiu daqui e eu fiquei em choque, eu não levantei, fiquei olhando pela janela […] eu estou tentando ser forte pela minha família,e por mim também”, desabafou.
SUSPEITO CONHECIA A BAILARINA
Camila Trindade suspeita de que o agressor já teria lhe visto em apresentações no circo, pois ele “ficava perguntando coisas”. Dona Poliana, mãe da bailarina, também se manifestou nas redes sociais.
“Eu como mãe vendo a minha filha sendo arrastada pelos cabelos, sofrendo, tremendo, os abusos. Hoje venho pedir Justiça pela minha filha que isso não vem acontecer com nenhuma outra jovem de circo, trabalhadora, que a gente é tão sofredora no meio do mundo, não temos total apoio que precisamos, a gente chega na cidade e raramente tem o apoio que o circo merece”, desabafou dona Poliana.