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Sexta, 12 de dezembro de 2025

Peixes ricos em ômega-3 podem reduzir risco de gordura no fígado

Estudo aponta benefício, mas especialistas reforçam importância do estilo de vida.

28 de nov 2025 - 16h:11 Créditos: Redação, com informações do Metrópoles
Crédito: Ilustrativa/Freepik

A esteatose hepática — popularmente chamada de gordura no fígado — já afeta entre 25% e 30% da população mundial, segundo estimativas científicas. Em meio ao avanço da doença, estudos buscam identificar formas de prevenção, incluindo o papel de nutrientes específicos. Uma pesquisa publicada em outubro no periódico Nutrients aponta que o consumo de peixes ricos em ômega-3 pode reduzir o risco do distúrbio.

O trabalho analisou dados de 1.297 adultos que integram o estudo Nutrihep, conduzido na região do Mediterrâneo por pesquisadores da Austrália e da Itália. Os participantes passaram por exames como ultrassom e responderam a questionários alimentares. Entre aqueles que consumiam mais peixes como sardinha e salmão, observou-se menor acúmulo de gordura no fígado.

Apesar dos resultados animadores, o nutrólogo Celso Cukier, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca que o estudo é observacional e, portanto, não estabelece relação de causa e efeito. Segundo ele, a prevenção da esteatose depende de um conjunto de fatores, incluindo alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e controle de peso.

A obesidade segue como um dos principais fatores de risco para a doença. O excesso de peso altera o metabolismo e favorece o acúmulo de triglicérides nas células hepáticas, podendo evoluir para inflamação, esteatohepatite e até cirrose — daí o termo “doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica”.

O ômega-3, presente em peixes gordurosos como salmão, sardinha e atum, é conhecido por sua ação anti-inflamatória. Entre seus componentes mais estudados estão o EPA, associado à proteção cardiovascular, e o DHA, importante para a saúde cerebral. Esses alimentos também fornecem proteínas, minerais e vitaminas essenciais, sendo a sardinha um dos peixes mais acessíveis no Brasil.

Mesmo que mais pesquisas sejam necessárias, especialistas reforçam a importância de incluir mais pescados na dieta, especialmente em substituição a carnes vermelhas, que aumentam a ingestão de gorduras saturadas — associadas a doenças cardiovasculares.

A manutenção da microbiota intestinal também tem se mostrado uma aliada na prevenção da esteatose. Grãos integrais, frutas, legumes e verduras, além de alimentos probióticos como iogurte natural, kefir e kombucha, ajudam a equilibrar as bactérias intestinais. Evitar álcool e reduzir o consumo de carboidratos refinados também é recomendado.

A adoção de um estilo de vida inspirado no padrão mediterrâneo — com peixes, vegetais, azeite de oliva, sementes e laticínios magros — somada à prática regular de atividade física, é apontada como uma das combinações mais eficientes para proteger o fígado e a saúde em geral.

Fonte: Agência Einstein

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