
Há alguns anos, a saúde mental da população do Brasil e do mundo vem sendo abordada na mídia, em debates com especialistas e, até mesmo, entre a população em geral. Nos últimos tempos, por causa da pandemia, o tema ficou ainda mais em alta. Mas, o curioso é que, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não tem uma definição a respeito desse tema.
De acordo com Flávia Sayegh, coordenadora do Comitê de Psicologia da ABRALE, o termo “saúde mental” é utilizado quando abordamos a maneira como lidamos com as nossas emoções.
“Saúde mental é a maneira como reagimos aos desafios que surgem, assim como às boas notícias. É como lidamos, de forma satisfatória, com as emoções que vivenciamos no dia a dia, conseguindo, dessa maneira, levar a vida de uma forma harmônica. A saúde mental vai muito além de um transtorno mental ou de alguma doença relacionada à mente. Ela engloba o todo e contempla multifatores”, explica Flávia.
Como cuidar da saúde mental?
O sonho de consumo, de grande parte da população, é sentir-se bem, feliz e realizado, a maior parte do tempo – ou então o tempo todo.
Porém, não é tão simples se manter mentalmente são, diante de tantos desafios que a vida impõe, certo? E olha, saiba que você não está sozinho nesse pensamento.

De acordo com dados da OMS, 5,8% dos brasileiros têm depressão e 9,3% (cerca de 19 milhões de pessoas), ansiedade. Por causa da pandemia, esses números dispararam e, de acordo com uma pesquisa do Instituto Ipsos, 53% da população vem sofrendo de ansiedade, insônia e depressão.
“Cada indivíduo tem dentro de sua realidade desafios importantes e têm pessoas que vão encontrar mais dificuldades emocionais de lidar com as questões, que podem ser diversas, como problemas em um relacionamento amoroso, problemas financeiros, doenças. O diagnóstico do câncer, por exemplo, pode mexer muito com a saúde mental, seja ele nosso ou de alguém que gostamos. Por isso, é importante ficarmos atentos ao que sentimos e como reagimos a isso. É preciso perceber como está a alimentação, o sono, o humor, os relacionamentos, nossa tolerância e irritação. Mas, para isso, temos que nos conhecer”, ressalta Flávia.
Psicoterapia é para todos
O olhar para si é essencial para a saúde mental. Quando nos conhecemos, passamos a entender o que precisa ser mudado, melhorado, tratado. Esse processo de autoconhecimento ajuda a reconhecer quando é preciso pedir ajuda.

“Às vezes, não conseguimos, sozinhos, identificar que nossas reações estão ligadas a fatores emocionais. A psicoterapia será importante nessa frente do autoconhecimento, para ajudar a identificar alterações de comportamento. Também entenderemos se o paciente precisará tomar algum medicamento ou se as técnicas complementares, como ioga, massagem, meditação, atividade física, dentre outras, são opções”.
Autocuidado, um olhar mais apurado
Muito se fala sobre autocuidado, mas pouco se sabe que ele é um conceito muito amplo de saúde.
“Quando falamos em autocuidado, falamos de nosso bem-estar como um todo. Da maneira como nos alimentamos, nos movimentamos, nos relacionamos com os outros. Falamos também do contato com a natureza, seja ele passivo, de observação, ou ativo, praticando uma atividade física em um parque, por exemplo”, comenta Flávia.

Como praticar o autocuidado
Essa prática aborda a maneira como nos alimentamos, nos movimentamos, nos relacionamos com os outros e até do contato com a natureza.
- Exercite-se
- Tenha bons hábitos alimentares e de higiene com o corpo
- Vá regularmente ao médico e faça exames de rotina ou de acompanhamento
- Busque uma vida social prazerosa e momentos relaxantes
- Tenha uma boa noite de sono
- Comece a fazer terapia
- Aprenda a dizer não