
Na noite desta sexta-feira (29), em São Paulo, e de sábado, no Rio de Janeiro, mais uma vez o público poderá acompanhar as rainhas de baterias e as passistas com seus corpos magros e de músculos definidos nos desfiles das escolas de samba campeãs do Carnaval 2022.
Muitas mulheres olham e chegam a sonhar em ter um corpo como o das estrelas da festa, mas nem sempre o que parece bonito é saudável.
Renata Spallicci, vice-presidente de uma indústria farmacêutica, que desfilou à frente da bateria da Barroca da Zona Sul, atravessou o Anhembi no último fim de semana com apenas 3% de índice de gordura corporal.
O ACE (Conselho Americano de Exercício, na sigla em inglês) estabelece como mínimo para mulheres índices de gordura corporal entre 10% e 13%, o que faz com que Renata tenha cerca de quatro vezes o que é considerado essencial.
Para atletas femininas, por exemplo, o recomendado é entre 14% e 20%, enquanto pessoas em forma podem ter entre 21% e 24%. O limite aceitável é de 31%, sendo que uma taxa de 32% já é considerada obesidade.
O ginecologista e obstetra Alexandre Pupo, dos hospitais Sírio-Libanês e Israelita Albert Einstein, explica que a baixa taxa de gordura corporal desregula toda a cadeia hormonal das mulheres e afeta, principalmente, a fertilidade delas.
"As pessoas precisam de colesterol para os hormônios serem transformados nos esteroides sexuais. Uma quantidade muito, muito baixa de gordura afeta a produção dos hormônios sexuais."
Além disso, os ovários param de funcionar, não produzem óvulos para evitar que a mulher engravide e corra o risco de problemas mais graves.