O Pantanal teve mais de 900 mil hectares queimados pelo fogo neste ano , segundo levantamento do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ). A área completamente destruída representa 6% de todo o território pantaneiro.
De 1º de janeiro até esta segunda-feira (29), foram 907.150 hectares queimados em todo o bioma, que fica em Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso.
??O fogo consome o bioma há mais de três meses, o que deixa um rastro de devastação ambiental e morte de animais. Somente no mês de julho o bioma registrou 1.015 focos de calor, sendo 87% em Mato Grosso do Sul com 890 focos, conforme o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Segundo boletim diário da "Operação Pantanal", quatro pontos específicos são monitorados pelo Corpo de Bombeiros, em Mato Grosso do Sul. Militares estão em campo no controle ao fogo nas seguintes áreas:
- Porto da Manga: equipes permanecem realizando o combate direto, linha de controle e rescaldo no local. Há outra linha de fogo que segue paralela aos focos já combatidos e desloca-se em direção ao Porto da Manga, margeando em flancos o Rio Paraguai e a rodovia MS-228.
- Região Rabicho: equipe composta por bombeiros militares retornou à região e se encontra no local realizando o combate direto, construindo aceiros e monitorando o espaço para que o fogo não se alastre.
- Fazenda Tupaceretã: equipes persistem no esforço conjunto para combater o extenso foco de incêndio que afeta a região. O local possui extrema dificuldade de acesso.
- Fazenda Santa Sofia: a situação na área é crítica, com focos ativos e de difícil acesso, mas os militares mantém os esforços com a finalidade de extinguir as chamas.
Além das regiões onde são realizados os combates, outras áreas permanecem sob alerta e monitoramento na região do Forte Coimbra, em Porto Murtinho e próximo a Rio Verde.
Próximo meses são preocupantes
O fogo é esperado anualmente no Pantanal, entre o fim de julho e o mês de agosto. Entretanto, os eventos climáticos extremos, seca severa e a ação humana fizeram com que a temporada das chamas fosse antecipada neste ano, começando ainda em junho.
Conforme previsão da Climatempo, os próximos meses devem ser mais secos e de muito calor em boa parte do Brasil. Um forte bloqueio atmosférico vem desviando frentes frias para alto mar, o que mantém uma grande massa de ar seco sobre a região Centro-Oeste, onde fica o Pantanal.
Ao todo, 12 cidades de Mato Grosso do Sul seguem em situação de emergência, após decreto do governo estadual. Veja quais são os municípios na lista abaixo:
- Aquidauana;
- Bodoquena;
- Bonito;
- Corumbá;
- Coxim;
- Deodápolis;
- Douradina;
- Dourados;
- Naviraí;
- Nioaque;
- Porto Murtinho;
- Sidrolândia.
Com a alta temperatura e baixa umidade, o cenário fica muito mais propício ao fogo no bioma. Após semanas de frio, baixas temperaturas e zerar os focos de incêndio na região pantaneira, as chamas voltaram ao bioma por causa das condições climáticas.
Forças de combate
Brigadistas do PrevFogo, Corpo de Bombeiros, Exército e militares enviados pela Força Nacional atuam no combate às chamas no Pantanal. A falta de chuva, as altas temperaturas e ventos fortes dificultam os trabalhos para apagar os incêndios, que se alastram facilmente por conta da vegetação seca.
Para conter as chamas, mais de 1,5 milhão de litros de água do rio Paraguai foram utilizados para ajudar no combate aos incêndios neste ano, segundo a Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul (Sanesul), responsável pela operacionalização do afluente no bioma.
Só o cargueiro, avião gigante utilizado para despejar água na linha de fogo, foi responsável por despejar mais de 300 mil litros de água no Pantanal.
São mais de 500 profissionais, e 13 aeronaves usadas no combate ao fogo, incluindo Air Tractors, helicópteros e o cargueiro KC-390. A estrutura ainda conta com 7 caminhões de combate, 6 embarcações e 44 caminhonetes.