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Quinta, 21 de novembro de 2024

Pasta de hidrogênio pode substituir gasolina em motos e carros

A substância é uma maneira mais prática e segura de se utilizar o hidrogênio como fonte potencial de combustível dedicada a veículos não poluentes.

29 de set 2021 - 13h:17 Créditos: Linckon Lopes
Crédito: Reprodução

Pesquisadores do Fraunhofer Institute for Manufacturing Technology and Advanced Materials (IFAM), na Alemanha, desenvolveram uma espécie de pasta grudenta que, segundo eles, pode substituir o uso de gasolina e diesel em scooters, motocicletas e até mesmo carros. Chamada de "Powerpaste", a substância é uma maneira mais prática e segura de se utilizar o hidrogênio como fonte potencial de combustível dedicada a veículos não poluentes.

Aplicar o elemento em meios de transporte elétricos pequenos é, atualmente, uma ação impraticável, dada a alta pressão envolvida em sua administração e a alta volatilidade que apresenta, especialmente na forma gasosa. Outra característica que freia a disseminação da alternativa é a necessidade da instalação de uma rede também alternativa de pontos de abastecimento. A novidade, portanto, contornaria tais obstáculos.

De acordo com os cientistas, a POWERPASTE é uma mistura de pó de magnésio e hidrogênio que gera o hidreto de magnésio, à qual são adicionados um éster, um tipo de composto químico formado a partir de um álcool e um ácido, e um sal de metal. Isso permite que o composto resultante seja armazenado em um cartucho e liberado por meio de um êmbolo, responsável pela sua compressão e pelo seu lançamento.

O diferencial da invenção é que ela armazena apenas metade do hidrogênio necessário para a alimentação de motores, e o restante surgiria com a ajuda de um tanque de água. No momento em que o líquido e a pasta se encontram, reagem e criam mais gás, sendo que a quantidade poderia ser ajustada para atender às necessidades da célula de combustível.

Para quem e para quando?

São muitos os benefícios da POWERPASTE, indica Marcus Vogt, pesquisador associado do IFAM, salientando que ela tem uma densidade de armazenamento de energia superior à fornecida por um tanque de alta pressão. "Em comparação com as baterias, tem dez vezes mais", defende. Além disso, a pasta só começa a se decompor a 250 °C. Ou seja, deixar o veículo sob a luz do Sol por horas não traria problema algum.

Entretanto, a maior vantagem oferecida pela solução residiria em sua distribuição, uma vez que os cartuchos, vendidos em estabelecimentos regulares, eliminariam a necessidade de construção de postos exclusivos e permitiriam aos proprietários o reabastecimento domiciliar, assim como o transporte de unidades extras para onde quer que fossem.

Novidade dispensaria a construção de postos dedicados a hidrogênio.
Foto: Reprodução

Novidade dispensaria a construção de postos dedicados a hidrogênio.

De todo modo, para se chegar um cenário como descrito, é necessária, ainda, uma série de estudos. Por exemplo, não existem indicações dos custos relacionados ao material, mas sabe-se que o pó de magnésio é um dos elementos mais abundantes disponíveis hoje em dia. Analisar seu uso em outros modelos de veículos, a exemplo de grandes drones, também está entre as expectativas da equipe, e os voos desses equipamentos durariam bem mais que algumas dezenas de minutos.

Por enquanto, a POWERPASTE é uma tecnologia conceitual e pode nem chegar ao mercado, só que o instituto pretende construir uma planta de produção em 2021, com a expectativa de gerar até 4 toneladas anualmente – "não apenas para scooters", finaliza a instituição.

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