A Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul) está indo nas aldeias para cadastrar os índios interessados na colheita da maça, nos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, ao todo são 5 mil indígenas para colher na safra.
Está ação vem acontecendo desde 2015. Junto com o Governo do Estado, Ministério Público do Trabalho (MPT), Comissão Permanente de Investigação e Fiscalização das Condições de Trabalho e Coletivo dos Trabalhadores Indígenas.
Os trabalhadores irão ganhar R$ 1.278,20, alguns recebem uma gratificação como, por produtividade, podendo chegar o salário até R$ 3 mil.
Quem os contrata arca com todas as despesas, como por exemplo, ida e volta, alojamento, comida e cesta básica.
O procurador do Trabalho Jeferson Pereira representa o MPT desde que o trabalho teve início, e destaca a importância da participação do Governo do Estado, por meio da Funtrab. “É relevante a participação do Estado para evitar o aliciamento dos trabalhadores indígenas e na preservação dos direitos trabalhistas e também pela transparência”, afirmou. Ele lembra ainda, que a abertura desse mercado de trabalho para os índios do MS veio num momento em que eles perderam atividades que exerciam nas lavouras de cana de açúcar no Estado, com a mecanização da cultura. “Eles não têm qualificação para trabalhar com máquinas computadorizadas, e a colheita da maça é manual, faz parte do estilo de vida deles”, pontua.
Para o diretor-presidente da Funtrab, Enelvo Felini, a conquista dos índios de Mato Grosso do Sul desse importante mercado de trabalho reflete não só nas famílias deles, mas na economia do Estado. “O dinheiro que eles recebem pelo trabalho em Santa Catarina e Rio Grande do Sul eles gastam nas cidades onde moram, movimentando o comércio. É um trabalho importante que gera emprego, renda e desenvolvimento”, diz ele.
“As comunidades indígenas precisam ser melhor atendidas, precisam do apoio do governo, com uma política pública duradoura, para todas as etnias. O governo não tem que ter lado, deve governar para todos”, tem afirmado Reinaldo Azambuja. As políticas públicas da administração estadual para a população indígena abrangem também o acesso a curso superior com o Vale Universidade Indígena, fornecimento documentos como o RG, acesso a moradia e valorização da cultura.