Dar um match e flertar com o crush corre risco de virar coisa do passado. “Anota o meu Pix” passou a ser a senha para indicar que há espaço para um relacionamento.
Dois meses depois da entrada em vigor do sistema de pagamento instantâneo e transferência sem custos, o brasileiro conseguiu agregar funcionalidades ao Pix que vão muito além do imaginado pelo Banco Central (BC).
Ele se converteu numa mistura de rede social, caminho para conquistar a cara-metade, por meio da transferência de valores modestos, até na casa dos centavos e balcão de negócios.
Quem já conquistou espaço em redes sociais, convida seus seguidores a ir muito além dos likes e partir para a demonstração de apreço por meio de transferências.
E há até quem troque “mimos”, que vão desde um lanche até nudes no celular, por meio da ferramenta.
A equipe do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que já veio a público reconhecer que o Pix não foi criado como rede social, não poderia imaginar que ele viraria até mesmo ferramenta de solução de conflito.
Criada há menos de uma semana em uma rede social, a página de humor PixLovers, foi concebida pelo gerente de banco Vagner Castro para se dedicar a compilar os relatos de quem usa o sistema para se relacionar.
As histórias vão desde modestos R$ 2 enviados com o convite de um encontro até a transferência de R$ 200 em troca da foto dos pés de uma moça.
Nas redes sociais já circulam exemplos de uma tabela do “PixTinder”, em alusão ao aplicativo de relacionamentos, com uma configuração de preços de correlação duvidosa com as boas práticas de orçamento.
O envio de R$ 10 significa “quero um date”, módicos R$ 2 são sinônimo de elogio, na linha “te acho lindo”, mas só a força do ódio misturada com o humor pode levar o cidadão ao ponto máximo da tabela: R$ 20 para dizer “te odeio, kkk”.