Mato Grosso do Sul tem a maior taxa de ocupação de leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Brasil, aponta levamento do Ministério da Saúde publicado nesta segunda-feira (30). O Estado tem uma taxa de 90,8% dos leitos ocupados, indica o jornal O Globo, e é seguido pelos estados do Paraná (90%) e Minas Gerais (88,5%). A média nacional de ocupação de leitos de UTI é de 78%.
Os números constam em documento reservado que o jornal teve acesso. Questionado sobre os dados do documento, que mostram elevadas taxas de vagas ocupadas em muitos estados, o ministério informou que elabora um plano para “desafogar e reduzir a ocupação de leitos de terapia intensiva, com medidas clínicas, de manejo de pacientes e de gestão”.
Conforme o documento, elaborado no dia 27 de março, Mato Grosso do Sul tem 187 leitos de UTI existentes ou em criação, enquanto a quantidade necessária seria de 316, um déficit de 129. No Brasil, a oferta é de 11.425 leitos, e a demanda, de 8.300: déficit de 1.623.
Sobre os leitos de enfermaria, segundo o jornal, são 408 leitos existentes ou em criação. O necessário seria 1.531 leitos. O déficit é de 1.123 instalações. No Brasil, são 20.758 leitos existentes ou em criação, enquanto a demanda durante a pandemia do coronavírus, que causa a doença Covid-19, seria de 40.258 leitos.
DISCREPÂNCIA
Os números do relatório do Ministério da Saúde destoam do divulgado pelas autoridades locais. Segundo a secretaria estadual de Saúde, seriam 513 leitos de UTI no Estado, e mais 227 seriam adaptados para atender a demanda da Covid-19. Eles seriam "comprados" na rede particular.
Números do DataSus, a central de dados do Sistema Único de Saúde (SUS), indica que o Estado tem 5.596 leitos nas redes pública e particular. Deste total, 2.220 estão em Campo Grande. Mais da metade dos leitos da Capital (1.317) pertence à rede pública.