O Brasil pediu para a China esclarecer alguns aspectos de um novo padrão nacional para a soja, que muda os requisitos de qualidade do grão, incluindo a forma como o novo "standard" será implementado, afirmou um representante do Ministério de Agricultura do Brasil.
A proposta da China de introduzir um novo padrão para a oleaginosa, atualmente em discussão na Organização Mundial do Comércio (OMC), deve substituir um padrão de 2009, afirmou Glauco Bertoldo, que dirige o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Dipov).
A China notificou a OMC em fevereiro e a nova proposta surge no momento em que o Brasil revisa o seu próprio padrão de soja, disse Bertoldo.
"Enquanto discutimos o novo padrão nacional, não podemos ignorar o padrão do nosso maior mercado consumidor", afirmou Bertoldo durante um evento on-line organizado pela Embrapa.
O Brasil é o maior produtor e exportador de soja do mundo e a China é o principal destino da oleaginosa brasileira.
Na China, os processadores locais esmagam os grãos para produzir óleo e farelo usado na alimentação animal.
O novo padrão chinês irá determinar os termos e definições, classificações, requisitos de qualidade, métodos de teste, regras de inspeção, rótulos, empacotamento, estocagem e requisitos de transporte para a soja.
"Nossa primeira impressão é que o mercado brasileiro não irá ser afetado de forma significativa", disse Bertoldo.
Ele acrescentou que as novas normas chinesas serão "menos rigorosas" que as anteriores em relação a certos parâmetros de qualidade.
Entretanto, um problema em potencial é relacionado ao nível de umidade máxima da soja, determinado em 13% sob o novo padrão proposto pela China, abaixo dos 14% admitidos no Brasil.
Em relação à umidade, o Brasil disse que o valor proposto no novo padrão chinês não deveria ser usado para classificar a soja por poder sofrer oscilações, disse Bertoldo.