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Terça, 01 de julho de 2025

Dourados ganha novo curso de Medicina

Portaria do MEC autoriza novo curso de Medicina em Dourados, o primeiro após 25 anos da criação da UFGD

30 de jun 2025 - 09h:57 Créditos: contrapontoms
Crédito: Professor Henrique Sartori, diretor da UNIFRON, que acaba de anunciar seu curso de Medicina (foto: divulgação)


Depois de um quarto de século de promessas frustradas, lobbies contrários, batalhas judiciais e tentativas políticas de inviabilização, Dourados finalmente conquista um novo curso de Medicina. A autorização oficial saiu nesta segunda-feira (30), no Diário Oficial da União, por meio da Portaria SERES/MEC nº 409, assinada pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior. O curso será ofertado pela recém-criada Faculdade de Medicina de Dourados (FMD), mantida pela UNIFRON Educacional.

Trata-se de um marco. Uma conquista que carrega o simbolismo de uma reparação histórica para a cidade — a segunda maior do Mato Grosso do Sul — que até hoje contava com apenas um curso de Medicina, o da UFGD, criado há 25 anos.

E há um nome que sintetiza essa vitória: Henrique Sartóri.

Henrique foi o primeiro bebê nascido no Instituto do Coração de Dourados, numa época em que o município ainda sonhava com um sistema de saúde estruturado, com profissionais formados na própria região. Hoje, adulto e ativo no cenário educacional brasileiro, é dele a articulação decisiva que garantiu a implantação do curso. Mais que uma realização pessoal, é um gesto de devolução: um presente à sua cidade natal.

A nova Faculdade de Medicina de Dourados inicia suas atividades com 60 vagas anuais e compromisso com a inclusão social, dentro dos parâmetros da Lei dos Mais Médicos: parte significativa das vagas será destinada a alunos locais, com bolsas integrais de 100%.

A vitória, no entanto, não veio fácil. “Até curso que não existia criaram para tentar inviabilizar o nosso”, relata Sartóri. A tramitação enfrentou resistências nos bastidores de Brasília e até movimentos articulados por figuras influentes da política regional. Mas a persistência venceu. Uma decisão judicial determinou a continuidade do processo e, finalmente, o MEC reconheceu a legitimidade do pleito.

“O que entregamos hoje a Dourados é mais que um curso. É um projeto de futuro, uma resposta concreta a anos de descaso e enrolação”, afirma Sartóri, emocionado. “Agora, vamos preparar os próximos passos. Porque esta foi uma guerra vencida. Mas ainda há muitas batalhas pela frente.”

Dourados, enfim, tem o que merece: um novo curso de Medicina. De verdade, no preto no branco, com selo oficial da República. E com um detalhe que a história há de registrar com justiça: o primeiro bebê nascido no Instituto do Coração retribuiu, com coragem e determinação, o batimento firme da cidade que nunca parou de sonhar.

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