
Já considerada uma das maiores feiras agropecuárias do país, a Expogrande hoje apresenta cenário desanimador para a economia sul-mato-grossense. Segundo o empresário Ninho do Entretenimento, a atração que chegou a movimentar R$123 milhões em 2012 e R$308 milhões em 2013, por exemplo, está bastante reduzida e por esse motivo, ele apoia ações que voltem a transformar a Expogrande numa vitrine de expansão econômica, principalmente voltada ao turismo e geração de empregos.
Empresário do setor artístico-cultural de Mato Grosso do Sul, Ninho do Entretenimento visitou com a mulher Aline e os filhos Geovana e Pedro, na semana passada, a 82ª Expogrande, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, realizada entre 21 e 31 de julho. “Foi um misto de nostalgia e tristeza ver que a exposição, sem shows ou atrações para quem não é do agro, passou despercebida neste ano. Lembrei dos tempos de glória quando no local eram gerados muitos empregos, principalmente para vendedores ambulantes, além da movimentação na economia local, já que muitos empresários e turistas de outros estados e países vinham para Campo Grande fechar negócios e participar da atração”.
A última edição da exposição foi realizada em 2019, depois a feira foi suspensa devido à pandemia da Covid-19. Em 2022, foi liberada a realização do evento, que precisou ser adiado por causa de uma ação na Justiça que impedia a realização de shows no Parque de Exposições, cuja multa está em execução e ultrapassa R$1 milhão. Os shows foram realizados em abril deste ano, no estacionamento do Shopping Bosque dos Ipês, separando-os da feira.
[17:56, 30/07/2022] Camilla Vilanova: Para Ninho do Entretenimento, é preciso uma articulação entre os Poderes para que a Expogrande volte a se consolidar como matriz geradora da economia regional e por isso ele defende ações nesse sentido. “Trabalho com diversos artistas e vejo que as imposições feitas à realização da exposição causaram grande prejuízo no bolso daqueles trabalhadores que vendiam bebidas e comidas no local, além da população que lucrava com os estacionamentos, por exemplo. Os shows levavam muitas pessoas ao evento, e a realização de leilões e rodeios eram chamarizes para várias movimentações financeiras. Você via a economia girando de uma maneira pulsante”.
Ninho lembra que a essência da exposição era justamente o envolvimento de diversos segmentos e soma de esforços para que o evento fosse realizado todo ano. “Era muita gente envolvida, sem contar as exposições de tratores, carros, estandes de concessionárias, que transformavam os corredores do Parque Laucídio Coelho numa grande festa, reunindo diversas famílias. Tenho a esperança que esse lugar volte a transformar sonhos e gerar renda para o nosso Estado”.
Embalado pela nostalgia, Ninho também se recorda da importância da exposição em impulsionar carreiras de duplas, como João Bosco e Vinícius, Munhoz e Mariano, Jads e Jadson. “Antes de se projetarem nacionalmente, todos esses artistas costumavam se apresentar nas edições da Expogrande, sendo que os palcos ali funcionavam como uma escola para eles”.
A Expogrande já foi considerada como a segunda maior exposição agropecuária, além de ser a mais antiga do Brasil, ficando atrás somente da Expointer, realizada em Esteio (RS). Até 2009, a média era de 50 a 60 leilões, entre gado, equinos e ovinos.

