Após coletiva de imprensa na segunda-feira (28) para relatar o indiciamento do ginecologista de 67 anos, acusado de assediar pacientes em Campo Grande, mais duas vítimas procuraram a polícia. O médico atua na área há pelo menos 40 anos e já chegou a responder processo pelo mesmo fato, mas acabou absolvido pelo juiz.
Segundo a delegada Maíra Pacheco, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), outras duas vítimas se encorajaram após as notícias do indiciamento do médico. Assim, elas procuraram a delegacia especializada e fizeram denúncia. O ginecologista é investigado por assediar sexualmente as pacientes e agora, após o indiciamento, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pode oferecer denúncia.
Conforme as investigações, o ginecologista demonstrou que não via os assédios às pacientes e colegas de trabalho como crime. Assim, tratava como se fosse algo normal durante a consulta. Ainda segundo as delegadas da Deam, os relatos das vítimas são muito parecidos, apontando que o médico agia sempre da mesma forma. Assim, ele passava as mãos nas mulheres e fazia questionamentos de cunho sexual, constrangendo as pacientes.
Absolvição por crime cometido em 2015
Contra o médico já foi feita uma denúncia pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por violação sexual mediante fraude. A vítima era uma paciente e o crime teria ocorrido em maio de 2015. Naquela ocasião, segundo a mulher, a consulta teria ocorrido normalmente.
No entanto, durante o exame, o médico teria explicado uma possível necessidade de intervenção cirúrgica e depois teria feito questionamentos invasivos. As frases se assemelham ao caso da vítima que procurou a polícia em 18 de agosto deste ano. Assim, o ginecologista chegou a falar que estava perguntando sobre a vida sexual da paciente para “descontrair”.
Ainda naquele momento ele persistiu em prática de ato libidinoso, questionou se a vítima já tinha traído o marido e a abraçou. Nisso, segurou o rosto da mulher e a beijou. Após o fato a paciente o empurrou e saiu do consultório bastante abalada. A princípio, o médico já teria feito o mesmo com outras mulheres, segundo apurou a denúncia à época.
Já o médico negou os fatos à polícia, sendo que na época o caso foi investigado pela 5ª Delegacia. Três anos depois, em maio de 2020, o juiz Waldir Peixoto Barbosa decidiu por absolver o médico, julgando a denúncia improcedente. Assim, o magistrado teria dito que não viu provas do crime.