
A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório americano Moderna criou anticorpos neutralizantes em quantidades consideradas elevadas para a faixa etária acima de 56 anos. As informações, divulgadas ontem (29) por pesquisadores na revista especializada News England Journal of Medicine, mostraram também que o imunizante em desenvolvimento gerou sintomas toleráveis nos participantes dos testes durante as fases 1 e 2.
De acordo com a publicação, foram ministradas duas doses do imunizante em cada indivíduo. A vacina da Moderna consiste em usar um segmento de RNA, material genético do vírus, que dentro do organismo humano promove a produção de uma proteína do vírus que funciona como "antígeno", a molécula que faz o sistema imune reconhecer o patógeno.
O estudo, voltado para idosos, teve a participação de 40 pessoas divididas em duas faixas etárias: de 56 a 70 anos e acima de 71 anos. O resultado foi a produção de anticorpos neutralizantes em quantidades elevadas. Segundo os dados, participantes com mais de 71 anos apresentaram resposta neutralizante ainda maior do que o grupo situado entre 56 e 70 anos.
Entre os efeitos colaterais mencionados estão fadiga, calafrios e dores de cabeça e no local da injeção. Os mais graves foram febre e cansaço, este último reportado no grupo acima de 71 anos. Devido às reações adversas, durante a fase 3 de testes, a Moderna optou por ministrar 50 microgramas do composto divididas em duas doses em um intervalo de quatro semanas.
Em julho, o então ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que o Brasil seguia em negociações com a Moderna para uma possível compra com prioridade da candidata a vacina desenvolvida pela empresa contra a Covid-19.