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Segunda, 08 de julho de 2024

Após denúncia por abuso, ex-chefe da Polícia Civil é investigado por fraude.

MP apura furos em lacres que continha cartão com imagens de perseguição no trânsito envolvendo Adriano Garcia.

30 de set 2023 - 18h:13 Créditos: CG News
Crédito: Divulgação

Depois de ter denúncia por abuso de autoridade acatada pela Justiça, o ex-delegado-geral Adriano Garcia Geraldo agora é investigado por fraude processual. A 64ª Promotora de Justiça abriu procedimento investigatório criminal para verificar duas aberturas em envelope plástico onde estava o cartão de memória da câmera do carro da mulher que foi perseguida no trânsito pelo delegado.

 

Segundo a promotora de Justiça, Cristiane Amaral Cavalcante, apesar do restante do procedimento ter sido arquivado, como pode ser conferido aqui, “um fato específico contido no presente procedimento investigatório merece atenção e investigação própria”, referindo-se à possível violação do envelope e manipulação do cartão.

 

O fato é descrito em nota técnica emitida pelo setor técnico do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que identificou o lacre em questão estava com dois rasgos, “pelos quais poderia passar um cabo e conectar no cartão de memória”. O mesmo laudo verificou que “além disso, restou comprovado que o cartão de memória foi manipulado de modo a inviabilizar qualquer perícia”.

 

O Gaeco ainda definiu que as duas aberturas poderiam propiciar a passagem do cartão de memória que estava fixado por meio de três grampos no fundo do envelope, “bem como a passagem de cabos que permitiriam a conexão com a referida câmera”.

 

Para a 64ª Promotoria, esse fato caracteriza crime de fraude processual que precisa ser investigado. “(...) é imprescindível e necessária a apuração de quem teve acesso ao saco plástico de LACRE N.º (...) e quem poderia ter praticado tal delito”.

 

 

Laudo do Gaeco sobre rompimento de envelope. (Foto: Reprodução/processo)

Vale destacar que o laudo do Gaeco tento restabelecer as imagens apagadas, mas não foi possível. A análise verificou ainda que além de não ter dados presentes, “todo o volume de armazenamento possui "zeros" - cenário característico de "formatação de baixo nível", ação esta que impede a recuperação de dados anteriormente armazenados”.

 

Inquérito policial encaminhado pela 3ª Delegacia de Polícia Civil informou em março do ano passado, um mês após a perseguição, que não seria possível que as imagens da câmera do carro fossem recuperadas porque o cartão estaria corrompido. Esta versão se manteve até agora.

 

A Polícia Civil, em inquérito encerrado em julho deste ano, concluiu que a artesã de 24 anos que “fechou” o ex-delegado-geral no trânsito e motivou a perseguição havia cometido dois crimes, mas Adriano havia agido no “estrito cumprimento do dever legal”.

 

Depois disso, o Ministério Público, através da 64ª Promotoria, fez denúncia por entender justamente o contrário: que a artesã foi vítima e que Adriano, que continua nos quadros da Polícia Civil como delegado de polícia, cometeu seis crimes. 

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