
A adolescente Paloma Nicole Arellano Escobedo, de 14 anos, morreu na cidade mexicana de Durango, capital do estado de mesmo nome, por complicações de uma cirurgia estética de aumento de seios feita sem o conhecimento e a permissão do pai. Ela morreu no último sábado (20), oito dias após ser operada pelo namorado da mãe, que é cirurgião.
O pai da vítima, Carlos Arellano, denunciou publicamente a perda da filha em suas redes sociais após ter acesso ao atestado de óbito da adolescente, que teve o motivo da morte registrado falsamente como "doença", o que, segundo ele, constitui uma tentativa de encobrir a negligência do cirurgião, Víctor Manuel Rosales Galindo.
“Exijo que todos os responsáveis sejam investigados: o médico, a mãe, o hospital, seus administradores e todos os que participaram desse encobrimento”, declarou.
O pai da jovem só teria feito a denúncia no dia seguinte ao descobrir que Paloma havia sido submetida a uma cirurgia de mama realizada pelo atual companheiro da mãe da vítima.
A mãe de Paloma Nicole teria dado as cirurgias como presente de aniversário de 15 anos, que estava próximo, para a filha. No entanto, Carlos alega que nunca foi consultado.
A mulher ainda teria atuado como enfermeira durante os procedimentos. O jornal El Heraldo de México não identificou registro profissional no nome da mãe da garota.
Caso sua participação seja comprovada na Justiça, ela pode ser condenada por até seis anos de prisão por se passar por enfermeira, além de negligência e abuso de menor, que têm pena máxima de 12 anos, aponta a publicação.
O cirurgião responsável, Víctor Manuel Rosales Galindo, é namorado da mãe de Paloma Nicole. A AMCPER (Associação Mexicana de Cirurgia Plástica, Estética e Reconstrutiva) já anunciou o pedido de suspensão provisória do médico.
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que a sua secretária de Governo vai acompanhar o caso. Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (25), ela ofereceu ainda auxílio à família de Paloma Nicole. "Com gosto, nós vamos buscar a família e ver como podemos ajudar".
A Promotoria de Durango já confirmou que investiga o caso. A mãe da adolescente apagou contas nas redes sociais, e a reportagem não conseguiu localizar a defesa dela, nem do médico.
"Quero justiça para a minha menina. Não quero que as coisas sejam deixadas assim. Quero que a verdade seja conhecida e para quem quer que seja responsável, que seja responsabilizado", disse Carlos Arellano, pai de Paloma Nicole, ao jornal El Heraldo do México.