Crédito: Google A tecnologia de hologramas imaginada pelas mentes mais criativas de Hollywood no filme “Homem de Ferro” extrapolou os limites da ficção e veio aterrissar na nossa realidade. Quem acompanhou o personagem Tony Stark manipulando aquelas telas tridimensionais movimentadas em todas as direções – e achou isso incrível – com certeza vai se impressionar com a infinidade de aplicações e potencialidades que essa inovação pode abrir na vida real.
Conhecida como “realidade mista”, a solução representa um passo à frente das tecnologias convencionais de realidade virtual – e será uma aliada poderosa para profissionais dos mais diversos ramos de atuação. Equipados com sensores que “leem” todo o espaço físico ao redor de qualquer ambiente, os óculos de realidade mista projetam em hologramas um conjunto de elementos virtuais - sem “invadir” o espaço físico -, facilitando a vida de quem o utiliza. Em ambientes profissionais, esses elementos virtuais funcionam como um guia para o usuário, mostrando o que ele deve fazer para desempenhar determinado tipo de trabalho.
A “realidade mista” representa um passo à frente das tecnologias convencionais de realidade virtual.
Na prática, é como se o mundo real se fundisse com o virtual. Consegue imaginar cirurgiões atuando em países diferentes, mas trabalhando numa mesma cirurgia? Pois a realidade mista possibilita essa façanha. É simples de entender: a tecnologia aproxima o profissional que atua in loco ao colega que esteja à distância- sendo que ambos visualizam os mesmos elementos virtuais e o guia de procedimentos, trocando informações em tempo real. E esse tipo de interação pode acontecer tanto numa cirurgia médica quanto em ambiente de planta industrial. O que a realidade mista agrega a essas atividades é o alto grau de confiabilidade e segurança.
Interação imersiva, à distância e em tempo real
No caso de uma atividade operacional numa refinaria, por exemplo, quem estiver usando os óculos de realidade mista consegue visualizar um painel com todos elementos virtuais necessários para executar determinado trabalho – como gráficos com dados, temperatura das unidades e vazão de combustíveis, entre outras informações. Para isso, é preciso configurar o sistema para que esses elementos virtuais se transformem numa matriz de procedimentos.
Operador utilizando o óculos de realidade mista.
Ao invés de usar um passo a passo ou formulário impresso, o operador terá à disposição essa espécie de guia virtual, onde os elementos digitais vão mostrando automaticamente quais válvulas terá que bloquear, onde terá que colocar cadeado, entre outras orientações. Imagine o quanto de agilidade e confiabilidade essa tecnologia não traz para as operações?
Na interação à distância, o colega equipado com óculos poderá estar posicionado na casa de controle da refinaria, por exemplo, projetando os elementos virtuais, enquanto um especialista poderá estar na sede da empresa ou até mesmo em regime de teletrabalho, em outro estado ou cidade. Dessa forma, o especialista consegue prestar uma consultoria remota, imersiva e em tempo real, ao ser “transportado” para a área operacional e visualizar toda a matriz de procedimentos.
No Brasil e no mundo, a realidade mista ainda é uma novidade – mas a Petrobras já se adiantou a esse movimento. No fim do ano passado, fechou acordo com a Microsoft para aquisição da tecnologia e já colocou em prática um projeto-piloto na refinaria Revap, localizada em São José dos Campos (SP). Com equipes treinadas, a perspectiva é que o dispositivo traga ainda mais segurança e confiabilidade às operações, reduzindo riscos, perdas associadas a falhas operacionais, evitando também acidentes.
Além das refinarias, a tecnologia de realidade mista está sendo aplicada, em fase experimental, na visualização de reservatórios de petróleo. E já estamos colhendo resultados positivos do seu uso na definição do melhor posicionamento dos poços de petróleo, possibilitando tanto aumento de nossas reservas quanto no valor econômico do projeto.
A iniciativa integra um dos programas estratégicos da companhia, batizado de CÉOS, focado no desenvolvimento dos melhores modelos de reservatórios já construídos no setor. Ele busca não só ampliar nossas reservas, como também acelerar projetos, reduzir riscos e custos de aquisição de dados.
Apesar de ser uma novidade, a Petrobras já se adiantou em relação ao movimento de realidade mista.
Vasto leque de possibilidades
Há um vasto universo de aplicações da realidade mista, que vai desde a indústria de energia, medicina, treinamentos de uma forma geral – com interação à distância -, engenharia de projetos, design, games, atividades de manutenção, construção, chegando até a corrida espacial, entre muitas outras possibilidades. De vantagens, a inovação ainda traz a facilidade de uso, simplicidade no manejo e ergonomia.
Na Petrobras, a ideia é expandir o projeto às demais refinarias e atividades de Exploração e Produção. Diante dessa infinidade de possibilidades e do potencial enorme de utilização, não há dúvida de que a realidade mista chegou pra ficar e ainda vai trazer muitos ganhos de eficiência e confiabilidade para as mais diversas atividades.
