O ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal, vetou itens solicitados por dois militares presos em fevereiro na operação que mirou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu círculo mais próximo de assessores.
Os coronéis Bernardo Romão Corrêa Netto e Marcelo Costa Câmara foram alvo da Operação Tempus Veritati.
Marcelo continua preso, enquanto Bernardo foi solto no começo deste mês após Moraes determinar o cumprimento de medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica.
Bernardo Romão pediu autorização para que seus familiares levassem torradeira, chaleira e ventilador. Moraes negou os pedidos alegando “absoluta ausência de previsão legal” para a concessão dos itens.
Já no caso de Corrêa Netto, o ministro do STF vetou a entrega de cafeteira, rádio-relógio, e passatempos como palavras cruzadas e sudoku.
Dacordo com as investigações, Corrêa Netto é suspeito de convocar reuniões com militares especializados em operações especiais, conhecidos como “Forças Especiais” (FE), com o objetivo de atuar em manifestações em frente aos quartéis e em atos voltados para invasões ocorridas em 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram depredadas.
Segundo o relatório da PF, ele trocava mensagens com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que evidenciavam um plano de golpe.Os militares chamados de “kids pretos” são membros ativos ou reservistas do Exército, especializados em operações especiais e treinados para missões de alto risco e sigilo. Suas atribuições envolvem operações de guerra irregular, como terrorismo, guerrilha, insurreição, movimentos de resistência e insurgência.
No dia da operação da PF, em 8 de fevereiro, Corrêa Netto estava nos Estados Unidos. Ele foi preso somente três dias depois. Desde 30 de dezembro de 2022, o coronel estava residindo em Washington, onde realizava um curso sobre medidas administrativas no Colégio Interamericano de Defesa.