A Polícia Civil investiga um casal suspeito de estuprar e torturar os próprios filhos, em um assentamento na Selvíria - MS, precisou iniciar outra investigação com o depoimento de mais um filho, fruto do primeiro casamento do homem, de 43 anos.
A delegada, Nelly Gomes, responsável pelas investigações, disse que, no caso dele e de muitos pedófilos, a "criança é atrativo para ele" e o perfil destas pessoas é doentio.
"Nós instauramos novo inquérito, com a presença deste filho na delegacia. Ele ressaltou que, quando a criança, foi abusada pelo pai e inclusive este foi o motivo da mãe dele ter rompido o casamento. Isso ocorreu quando ele morava em Paranaíba e ela teria percebido esse comportamento duvidoso por parte do pai e então o afastou do convívio da criança", afirmou à delegada.
No entanto, o menino pediu para morar com o pai e novamente, houve tentativas do abuso sexual.
"O menino disse que percebeu o mesmo comportamento por parte dele e então foi embora. Ele não teve mais notícias do pai e depois ficou sabendo da prisão dele e da atual mulher, quando veio na delegacia fazer a denúncia", explicou Gomes.
Ainda conforme a delegada, o perfil do suspeito e também da esposa dele é de pedófilos.
"Tenho ao todo 12 anos de polícia e posso dizer que este foi o pior caso que eu peguei. Foi algo que nos fez buscar até estudos e ver estimativa que um abusador, aos 60 anos, pode chegar a abusar de até 100 crianças, então, é necessário barrar isso", explicou.
Neste caso, em específico, o homem teve mais um indiciamento por estupro de vulnerável.
"O menino também denunciou os maus-tratos e até tortura, porém, não conseguimos comprovar estes elementos, apenas no primeiro caso por parte do pai. Eles permanecem presos e acredito que está bem perto do julgamento já".
Pouco antes deste rapaz, uma mulher, também do convívio familiar, foi até a delegacia e disse que "somente tomou coragem de retomar a denúncia com a notícia da prisão do casal".
A mulher ressaltou que, há pouco mais de 15 anos, também teria sido abusada pelo suspeito.
"Nós identificamos mais uma vítima, que tinha 14 anos na época do abuso. Ela era do convívio familiar e chegou a fazer a denúncia, mas, a própria família não deu andamento na época. Atualmente, ela está com 32 anos e comenta ainda sobre muitas cicatrizes emocionais que possui. Aliás, ela ficou muito feliz com o desfecho e preocupada com o que os filhos estavam sofrendo. Ficou se colocando no lugar deles", comentou a delegada.