A prisão domiciliar de Fahd Jamil, de 80 anos, conhecido como o "Rei da Fronteira", foi revogada pela Justiça de Mato Grosso do Sul. Acusado de homicídio e de integrar organização criminosa. Preso em abril de 2021, ele cumpria prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, que seguirá sendo usada.
O juiz da 1ª vara criminal de Campo Grande, Roberto Ferreira Filho, determinou em decisão nesta terça-feira (30), o recolhimento domiciliar noturno, compreendido entre 20h e 6h, de segunda a sexta, e durante o dia todo aos sábados, domingos e feriados e além disso que não não mude de residência sem aviso; não sair mais de oito dias sem prévia autorização e que compareça aos atos do processo.
O monitoramento por tornozeleira eletrônica permanece pelo prazo inicial de 180 dias.
A decisão do juiz leva em conta que as ações penais estão em fase de encerramento e que não houve registo de tentativa de violação da tornozeleira eletrônica.
A defesa do empresário disse que a decisão seguiu o que está na lei, aplicável a todos, e que o judiciário fez o que é costumeiro: justiça.
O caso
Fahd Jamil se entregou no dia 19 de abril do ano passado no aeroporto Santa Maria em Campo Grande. O Motivo de se entregar foi por conta da saúde debilitada com diabete, enfisema pulmonar, além de caminhar com dificuldade.
Jamil responde a processos por tráfico de armas, organização criminosa, corrupção de agente da Polícia Federal e corrupção contra agente de delegado, no caso de Márcio Oshiro Obara. Após se entregar, ele foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestro (Garras), onde presta depoimento acompanhado do seu advogado, Gustavo Badaró. O advogado André Borges também defende o empresário.
Omertá
Inicialmente a operação foi deflagrada para cumprimento de 13 mandados de prisão preventiva, dez de prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, todos em Campo Grande. O foco é uma organização criminosa atuante na prática dos crimes de homicídio, milícia armada, corrupção ativa e passiva, dentre outros.
Na terceira fase da operação, também foram presos em Campo Grande o delegado Obara, acusado de receber R$ 100 mil em propina. Além da Capital, os policiais também estiveram na cidade de Ponta Porã. Conforme a investigação o alvo era o empresário Fahd Jamil Georges, vulgo “Fuad". Conhecido como “padrinho da fronteira”, Fahd Jamil é ligado ao empresário campo-grandense Jamil Name, que está preso desde o início do ano de 2020 acusado de comandar grupo de extermínio na Capital.