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Domingo, 20 de abril de 2025

Suzane von Richthofen nunca visitou túmulo dos pais, diz biógrafo

Em 2015, Richthofen teve progressão para regime semiaberto, e, desde janeiro de 2023, cumpre pena em regime aberto; túmulo chegou a ir a leilão por falta de pagamento

31 de out 2023 - 17h:06 Créditos: O Globo
Crédito: Suzane von Richthofen, a mandante do crime, é fotografada dentro da cadeia — Foto: Marcelo Goncalves/Agência O Globo

Em 31 de outubro de 2002, Suzane von Richthofen, à época com 18 anos, orquestrou e participou do assassinato dos próprios pais — Manfred e Marísia von Richthofen —, mortos a pauladas enquanto dormiam. A prisão definitiva de Suzane veio em 2004, após o julgamento. Entre 2015 e 2016, conseguiu progressão ao regime semiaberto. Em janeiro deste ano, passou a cumprir pena em regime aberto. Aos 39 anos e grávida de uma menina, a paulista nunca visitou o túmulo dos pais, enterrados no Cemitério do Redentor, em Sumaré.

Biógrafo e autor do livro “Suzane: Assassina e Manipuladora”, o jornalista Ullisses Campbell diz que Suzane nunca teve nenhum tipo de “ritual” ou hábito que remetesse ao aniversário de morte ou à memória dos pais. Do contrário, sempre se colocou em lugar de distanciamento quando o assunto é a madrugada daquele 31 de outubro.

— A Suzane sempre tratou o crime, desde a época que cometeu, como se fosse algo que não tivesse nada a ver com ela. Ela fala do crime como se tivesse sido cometido pelos irmãos Cravinhos, como se ela não tivesse feito parte dele. Então é tudo em terceira pessoa. Ela se refere aos pais como se não tivesse matado — explica Campbell.

O jornalista lembra que, em entrevista, Suzane chegou a dizer que sonhava com a mãe. Segundo ela, Marísia atuava como sua "protetora" dentro do presídio de Tremembé, onde esteve presa por quase 20 anos.

— O aniversário do crime passa em branco para ela. Nunca foi nem visitar o túmulo dos pais. Teve uma época que atrasaram o pagamento do IPTU da sepultura e a prefeitura colocou até para leilão. Só que aí alguém da família foi lá e pagou no último segundo da prorrogação, e aí o túmulo não foi a leilão — lembra o biógrafo.

Gravidez e relacionamento

Em setembro deste ano, o autor da biografia de Suzane von Richthofen revelou que ela está grávida. A gravidez teria sido confirmada por pessoas próximas a Suzane e da família do pai da criança. A criança é fruto do relacionamento com o médico Felipe Zecchini Muniz, de 40 anos. Os dois teriam se conhecido pelo Instagram e passado a morar juntos na casa dele, num condomínio do município de Bragança Paulista, em São Paulo.

Felipe tem a guarda das filhas de seu relacionamento anterior. Durante dez anos, ele manteve união estável com a também médica Sílvia Constantino Franco, de 44 anos, e os dois tiveram uma separação conturbada. Silvia conta que, se sentindo fragilizada, cedeu os cuidados das filhas ao ex-marido, mas agora, assustada com a convivência delas com Suzane, decidiu brigar na Justiça para retomar a guarda.

'Esperta e dedicada'

Cursando biomedicina em uma universidade particular de Itapetininga (SP), Suzane apareceu, em junho, na lista de candidatos de um concurso polêmico para o cargo de telefonista da Câmara Municipal de Avaré (SP). De acordo com informações do G1, ela se inscreveu para vaga de telefonista, cujo salário é de R$ 5.626,33.

Suzane von Richthofen é uma aluna dedicada e inteligente, segundo relatos de um jovem que estudou com a paulista no último semestre letivo de 2022. Ao GLOBO, o rapaz, que prefere não ser identificado, contou que cursou disciplinas com ela logo que ingressou na universidade, e disse que Richthofen é conhecida por ser excelente aluna.

— Ela sentava na frente, prestava bastante atenção e é esperta. Também é quieta, sentava sozinha, mas tinha algumas amigas nos corredores — conta.

Apesar de quieta, ele conta que ela costuma interagir com professores e demonstra rapidez durante as provas e trabalhos da graduação.

— Ela terminava uma prova em menos de cinco minutos. Todo mundo terminava as provas em uns 40 minutos, e ela em menos de cinco — diz.

O crime

Suzane von Richthofen cumpre pena pelo assassinato dos pais em 2002. Manfred e Marísia von Richthofen foram mortos a pauladas enquanto dormiam. O crime foi cometido pelos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, à época namorado e cunhado de Suzane.

Ela foi chegou a ser presa em 2002, mas depois foi posta em liberdade e presa definitivamente em 2004 após o julgamento. Ela foi julgada e condenada a 39 anos de prisão pelo crime.

Desde 2006, cumpre pena na Penitenciária Feminina de Tremembé por segurança. Em 2015, ela conseguiu progressão ao regime semiaberto. Ela deixou a prisão em saída temporária pela primeira vez em março de 2016.

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